A área educacional tem se consolidado dentro dos museus, o que inclui o fortalecimento de parcerias, principalmente junto a secretarias da Educação e instituições escolares
Daniel Chiozzini
A educação patrimonial tem aumentado sua importância junto aos museus. Prova disso é que os setores educacionais começam a ganhar importância e, em muitos casos, não estão mais subordinados aos outros setores dessas instituições, mas sim desevolvendo trabalhos integrados. Além disso, a ação educativa ganhou amplitude e tem extrapolado o âmbito interno das instituições, envolvendo cursos de formação e parcerias com outras instituições, principalmente ligadas à educação formal. Alguns exemplos que permitem visualizar essas mudanças estão o Museu Lasar Segall, em São Paulo; o Museu Villa Lobos, no Rio de Janeiro; o Museu Imperial, em Petrópolis; e o Museu Afro-brasileiro, em Salvador. Outra característica que perpassa as atividades desenvolvidas por essas instituições é a preocupação com a qualidade das atividades e a formação do visitante.
A primeira consequência deste processo está, em maior ou menor escala, no foco voltado para o público escolar. No caso do Museu Lasar Segall, em São Paulo, esta ênfase foi potencializada por uma parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Daí surgiu o projeto denominado “Traços e Passos”, atendeu 212 professores ligados às Diretorias de Ensino de Caieiras e Diadema, na grande São Paulo.
O trabalho foi iniciado em Agosto deste ano, com um curso introdutório de capacitação que levou os professores a terem contato com princípios teóricos da apreciação estética, além de exercícios práticos de pintura no ateliê do museu. O curso também forneceu elementos para os professores trabalharem em sala de aula com um material didático produzido pela equipe do museu, que foi ampliado e atualizado em função do projeto. Em seguida, os professores optaram por um dos roteiros disponíveis de visitação ao museu a ser percorrido pelos seus alunos, retornaram às salas de aula e, após uma preparação prévia, retornaram com os alunos ao museu. O resultado foi a visita de cerca de 4.000 alunos do ensino médio ao museu, até o mês de Novembro, em diferentes períodos. Segundo Anny Christina Lima,coordenadora da área de Ação Educativa do Museu Lasar Segall, os horários dos funcionários do museu tiveram que ser reordenados, pois foram atendidos alunos inclusive no período noturno.
Lima também afirma que o compromisso com a qualidade das visitações e com a manutenção da estrutura do museu esteve presente desde o início do projeto: “Nossa preocupação sempre foi manter a qualidade e não uma ampliação massiva de público”, afirma. Tal princípio, segundo ela, é característico todas as atividades do museu, independentemente do projeto “Traços e Passos”. Ela afirma que os cursos de formação oferecidos aos professores que pretendem levar seus alunos ao museu fazem parte da rotina da instituição. “Temos seis módulos diferentes no curso para os professores, com diferentes graus de aprofundamento”, esclarece. Caso o professor não possa frequentar os cursos e queira levar seus alunos ao museu, deve visitá-lo anteriormente, retirar um exemplar do material didático para trabalho em sala de aula e realizar uma entrevista prévia com a equipe do museu para planejar a visita. Posteriormente, a visita com os alunos, que dura cerca de duas horas, envolve uma palestra introdutória, a visitação ao acervo e atividades artísticas no ateliê. Na sala de exposição, o educador se atem a uma análise mais pormenorizada de duas obras do artista, procurando fomentar uma leitura mais reflexiva e aprofundada do público. No “arte em família”, projeto voltado para a visitação de grupos familiares, durante o terceiro sábado de cada mês, a mesma dinâmica é mantida. O enfoque qualitativo também se revela na opção do museu de não manter visitas monitoradas convencionais.
O “traços e passos” foi concluído em Dezembro, com a realização de um seminário em que foram apresentados painéis e comunicações de alguns dos projetos desenvolvidos pelos professores a partir das visitações ao museu. Na ocasião, os trabalhos foram discutidos e debatidos com duas pesquisadoras da área.
Um embasamento teórico também aparece como um dos pilares das atividades educacionais bem sucedidas em museus. No caso do Museu Lasar Segall, além dos cursos que o museu promove e do seminário recentemente realizado, Anny Lima enfatiza o nome de alguns dos teóricos que fundamentam a proposta educacional do museu, como Abigail Housen, Robert Ott e Ana Mae Barbosa, reforçando também o papel da instituição como um espaço de pesquisa e articulação entre teoria e prática. Tal situação também pode ser visualizada no Museu Imperial, em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro. Segundo Regina de Castro Resende, chefe do Centro de Educação Patrimonial da instituição, as atividades desenvolvidas no museu estão enraizadas nas diretrizes pedagógicas consolidadas em um seminário realizado no prórprio museu, intitulado “Uso Educacional de Museus e Monumentos”, em 1983: “A expressão educação patrimonial foi, então, lançada pela primeira vez no Brasil, e seus princípios passaram a orientar as ações educativas no Museu Imperial, bem como as ações de outros profissionais responsáveis pela preservação, identificação e valorização do Patrimônio Cultural em nosso país.”, afirma Resende.
A partir dessa definição conceitual, o Museu Imperial tem desenvolvido atividades que dêem sentido ao acervo e buscando gerar questionamentos que levem os alunos a terem uma compreensão mais clara de si mesmos dentro de um contexto histórico-temporal. “Um aspecto pedagógico importante que destaco neste trabalho é a abertura para ouvirmos as experiências trazidas pelo público, seja ele de crianças ou adultos. A interação presente na troca de experiências entre o público e a equipe educacional do museu gera o enriquecimento da experiência de conhecimento”, afirma Resende.
O Museu Imperial desenvolve, segundo estes princípios, três tipos de atividades. A primeira delas é o projeto “D. Ratão”, voltado para alunos da educação infantil e educação especial (surdos e mudos), que obedece uma metodologia desenvolvida na própria instituição pela museóloga Maria de Lourdes Parreiras Horta, na qual o público é introduzido ao ambiente do museu por meio de um teatro de fantoches. A segunda é o “sarau imperial”, voltado para alunos da 4a. a 8a. Séries do Ensino Fundamental envolvendo uma dramatização interativa e músicas de época. A terceira é a “visita orientada”, voltada para grupos escolares e outros mais heterogêneos de até 25 pessoas, onde o público tem contato direto com o museu e seu acervo.
Mas a definição de princípios e teorias que embasem a ação educativa e as demais atividades museológicas não é algo simples, considerando que, muitas, vezes a equipe da área educativa não possui autonomia dentro dos museus, estando subordinada à outras, ou mesmo integrando-se de maneira precária. Resende afirma que a queixa é mencionada em encontros com colegas de outras instituições, mas não condiz com a realidade do Museu Imperial: “os técnicos de todos os setores atuam de forma a colaborar com projetos educativos desenvolvidos na instituição, tendo uma visão clara da sua importância”, afirma.
Segundo Resende, um fator que interfere fortemente no desempenho das ações educativas e nessa colaboração mencionada é o apoio da Direção do Museu, constatação também feita por Anny Lima, coordenadora do Museu Lasar Segall, e por Márcia Ladeira, da equipe de educação do Museu Villa Lobos, no Rio de Janeiro.
O caso do Museu Villa Lobos apresenta uma particularidade: o de desenvolver atividades baseadas na proposta de educação defendida pelo próprio maestro que dá nome ao museu, que pressupunha a utilização da música. Nas palavras da equipe educacional do museu, trata-se de proporcionar "a formação de uma consciência musical brasileira, promovendo a valorização das variadas formas de expressão da nossa cultura musical, trabalhando, de forma crítica, questões relativas à nossa identidade cultural". Entre as principais atividades que o museu desenvolve estão os “miniconcertos didáticos”, que são recitais didáticos orientados pelos técnicos do museu, na qual jovens instrumentistas em fase de profissionalização, selecionados via concurso, levam a música de Villa Lobos e de outros compositores a estudantes da rede pública e particular.
Apesar de realizados apenas dentro do museu, os mini-concertos já chegaram a se integrar outros projetos e, assim, ganhar amplitude. Em 1989, o museu desenvolveu o projeto “Escolinha de Música do Morro Santa Marta”, em Botafogo, favela situada a algumas quadras do prédio do museu. Daí surgiu uma experiência inovadora: jovens oriundos do projeto social foram encaminhados para o estudo profissionalizante em música e, em seguida, preparados para participar dos recitais didáticos.
A experiência da “Escolinha de Música do Santa Marta” - que era financiada pela extinta Legião Brasileira de Assistência (LBA) - foi interrompida em 1991, por falta de verbas. Segundo Márcia Ladeira, quando há mudanças na área de políticas públicas, o que inclui trocas na direção de uma escola ou nas secretarias da Educação, por exemplo, existe o risco de um trabalho terminar antes do previsto, como foi o caso deste projeto do Santa Marta. A educadora entende, porém, que os jovens deram continuidade ao processo ali iniciado, realizando trabalhos voluntários em sua comunidade, enquanto continuavam a participar dos Projetos do Museu: “Entendo que, fechando o ciclo do processo pedagógico, esses jovens dedicam-se a outros projetos sociais e, em efeito multiplicador, continuam a disseminar as idéias de Villa-Lobos”, conclui.
O museu, que também possui um acervo histórico e uma biblioteca para pesquisa, deve lançar em breve uma publicação com a memória dos 20 anos do projeto dos mini-concertos didáticos, apresentando a metodologia utilizada, os processos pedagógicos e os resultados alcançados.
O Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia, de Salvador, também tem construído projetos em parceria com órgãos e instituições que respondem a demandas sociais, porém também destacam-se os associados à educação formal. É o caso do “Projeto de Ação Pedagógica e Capacitação de Jovens Monitores”, que envolveu a Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Visando contribuir com a implementação da Lei 10.639/03, que determina a inclusão da história e culturas africanas e afro-brasileiras no currículo escolar, o museu lançou, no último da 7 de Dezembro, um material didático que abordam a temática a partir de objetos do acervo da instituição. Paralelamente, o museu formou doze jovens negros para trabalharem como monitores e realizou encontros de formação com professores da rede municipal. Segundo a assessoria de imprensa do museu, o projeto foi financiado com recursos obtidos através de uma emenda parlamentar que assegura recursos para implementação da lei.
Sobre a grande incidência de parcerias com órgãos ligados à educação formal, nota-se que os mesmos são uma das fontes mais imediatas para viabilizar recursos para atividades educacionais dos museus, seja ela circunscrita uma visitação, ou projetos mais extensos. Deste modo, os museus acabam tendo como um dos seus principais focos, o público escolar.
Fonte: http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=134
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Turismo Cultural e Educação Patrimonial mais próximos
Iniciativas recentes começam a abrir as portas a duas áreas que têm potencial para crescerem juntas
Daniel Chiozzini
Segundo uma pesquisa feita a pedido do Ministério do Turismo, o turismo cultural aparece em terceiro lugar nas preferências daqueles que viajam pelo Brasil, só perdendo para o ecoturismo e para o turismo de aventura. Já a educação patrimonial vem ganhando destaque nas discussões sobre patrimônio histórico e também encontra um campo fértil dentro do turismo cultural. Um indício de que um crescimento mútuo pode estar começando é um intercâmbio crescente entre algumas instituições e órgãos que trabalham com as duas áreas, como o Iphan e o Ministério do Turismo, e o surgimento de alguns projetos precursores, como na cidade de São Luís do Maranhão e São João del Rei.
Mas qual seria definição exata de turismo cultural e até onde, teoricamente, ele está associado a educação patrimonial? Segundo Gabriela Nicolau dos Santos, professora do curso de turismo da Faculdade de Sergipe (FaSe), a prática do indivíduo deslocar-se de um local para outro motivado pela vontade e necessidade de enriquecimento cultural já existia em sociedades passadas, como por exemplo na Inglaterra, após a Idade Média: “Realizar essas viagens conferia para os que se aventuravam status e reconhecimento, uma vez que, tendo viajado por cerca de aproximadamente 3 anos (tempo de duração do chamado Grand Tour), esses nobres adquiriam conhecimentos sobre lugares por onde haviam passado e seus respectivos povos, que os tornavam, após a viagem, aptos para assumir importantes papéis em seu local de origem”, afirma.
A pesquisadora esclarece que, embora esse tipo de deslocamento não fosse denominado “turismo”, já anunciava o que viria a se tornar um fenômeno recente: “Hoje chamamos de turismo cultural esse tipo específico de viagem, intimamente associado à educação patrimonial”, esclarece. No entanto, ainda existe um caminho a ser percorrido: “A capacidade de “ensinar” ao viajante, traduzindo e esclarecendo informações relacionadas com a história do lugar, fazendo com que o patrimônio deixe de ser objeto de mera contemplação e passe a ser um meio de conhecer sua própria cultura e identidade, é o desafio de parte dos profissionais que trabalham com o turismo”, afirma Gabriela dos Santos.
Carolina Juliani de Campos, consultora do Ministério do Turismo (Mtur), também acrescenta que o turismo cultural é uma via de valorização do patrimônio: “Além de proporcionar o conhecimento e o respeito ao patrimônio, já que só preservamos aquilo que conhecemos, cria-se a possibilidade de uma sustentabilidade econômica para preservação dos bens em questão, por meio de taxas pagas pelos turistas visitantes”, afirma.
A consultora também afirma que o terceiro lugar atingido pelo turismo cultural na pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo revela que esse segmento apresenta um grande potencial de crescimento, pois existe uma demanda concreta, mesmo considerando as carências existentes: “apesar de existirem poucos serviços oferecidos na área de turismo cultural e também não existam grandes associações daqueles que trabalham nesse segmento, o interesse demonstrado pela pesquisa indica que ainda temos muito a crescer”, afirma.
Campos menciona alguns passos significativos que já foram dados, em 2005, para incentivar a consolidação do turismo cultural no país, como a elaboração de três documentos: “Marcos conceituais dos segmentos de turismo”, “Diretrizes para desenvolvimento do turismo cultural” e “Orientações básicas para para o desenvolvimento de roteiros ou produtos de turismo cultural”. Os dois primeiros estão previstos para serem lançados durante o Salão de Turismo, que ocorrerá de 2 a 6 de junho de 2006, em São Paulo. No entanto, os “Marcos conceituais” já estão a disposição dos estados para orientar o desenvolvimento de roteiros de turismo específicos. Já as “Orientações básicas” estarão disponíveis a partir de janeiro de 2006.
A relevância deste material, segundo Carolina de Campos, está no fato de servir de referência para as políticas do setor: “a definição oficial de qual é o conceito de turismo cultural adotado pelo país é importante para todos aqueles que desejam promover esta atividade respeitem suas particularidades”, diz. Campos também esclarece que não trata-se de um receituário a ser seguido, mas grandes linha norteadoras que visam ordenar a atividade, levando em consideração a legislação pertinente à área cultural, a capacidade de suporte do bem cultural para visitação, as estratégias de promoção da informação e comunicação entre os atores envolvidos, capacitação de pessoal, envolvimento da comunidade, promoção e comercialização turística, entre outros aspectos. Nas “Orientações básicas”, por exemplo, aparece como princípio a conciliação da sustentabilidade econômica com a preservação. “É importante na medida em que colocamos uma visão de mercado, mas com grande preocupação nas questões patrimoniais, na estruturação das visitações, na importância da interpretação patrimonial como via de educação e de atração entre o turista e o bem cultural”, conclui.
Outro dado que Campos faz questão de ressaltar é que a elaboração destes documentos também é resultado do trabalho de um grupo técnico temático de turismo cultural do Ministério do Turismo, criado no final de 2003. Composto de representantes de várias organizações e instituições da área de turismo, o grupo tem como objetivo estruturar o setor, levando em consideração o patrimônio material e imaterial existente no Brasil.
Um dos órgãos que participa deste grupo técnico é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo João Tadeu Gonçalves, gerente de educação e educação patrimonial do instituto, a participação do órgão se justifica pelas contribuições que o turismo pode dar na preservação do patrimônio: “A partir do momento em que os gestores de turismo estiverem plenamente convencidos da importância da preservação do patrimônio cultural, os projetos de uso turístico dos bens trarão em seu bojo, gradativamente, a preocupação não só com a sua manutenção, como também de difundir junto ao usuário os conceitos de preservação, num processo educativo”, afirma. Tadeu também cita o grupo técnico como o espaço onde foram desenvolvidas parcerias entre o Iphan e os ministérios do Meio Ambiente e do Turismo, além de um planejamento comum no que se refere a definição de destinos turísticos e projetos de usufruto dos bens patrimoniais pelo turismo.
Um exemplo concreto deste planejamento conjunto, citado tanto por João Tadeu Gonçalves como por Carolina de Campos, é uma reunião ocorrida nos dias 5 e 6 de dezembro de 2005, com membros dos ministérios da Cultura, do Turismo e da Educação, juntamente com representantes destas áreas no plano estadual e municipal, além das universidades federal e estadual do Maranhão. Segundo Gonçalves, o evento culminou com a constituição um grupo de trabalho encarregado de elaborar um projeto para a atuação integrada destes parceiros em uma ação a ser desenvolvida junto ao ensino fundamental da rede escolar de São Luís do Maranhão, enfocando o patrimônio cultural, ambiental e seu potencial turístico. “Este projeto deverá estar concluído, inclusive com material didático e capacitação de multiplicadores, ainda em 2006, estando prevista a sua implementação junto aos alunos a partir do 1º semestre de 2007”, afirma.
Ele ainda menciona que a intenção é que experiência sirva de referência para projetos futuros em outras regiões do país. “Pretende-se, com esse piloto, encontrar uma formatação a ser posteriormente implantada em outros pontos do país”, diz. Para Campos, a expectativa também é grande: “Esperamos que o projeto possa subsidiar uma futura política nacional de educação patrimonial”.
É importante mencionar que, em alguns municípios e estados, algumas iniciativas também já avançaram nesta aproximação entre educação patrimonial e turismo cultural. Segundo Gabriela Nicolau dos Santos, a cidade de São João del Rei é um bom exemplo. A cidade inseriu no seu plano diretor ações de contemplam o turismo e a valorização do patrimônio: “São ações voltadas para a sensibilização da comunidade local, que deve ser a primeira a saber de sua história, a importância de seus bens patrimoniais, tanto para valorização de sua identidade, quanto para seu possível uso comercial”, afirma.
Um ponto-chave para que essas ações sejam bem sucedidas, segundo Santos, é a formação e a capacitação profissional, principalmente em áreas onde já existe uma demanda turística, como São João del Rei: “A formação e capacitação profissional nos vários níveis de atuação e áreas de especialização atende à demanda de mão-de-obra gerada a partir da expansão do mercado do turismo”, afirma.
Nesse sentido, ela também destaca o crescimento recente de cursos de pós-graduação voltados para este segmento, em especial alguns que oferecem instrumentos para que turismo e educação patrimonial se aproximem cada vez mais: “O curso de mestrado em Cultura e Turismo, oferecido pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), assim como os programas de especialização em patrimônio promovidos por instituições como Iphan e Unesco, são, certamente, grandes promessas de habilitação e capacitação de uma equipe de pesquisadores e de mão-de-obra especializada preocupada em trabalhar conjuntamente a relação – complexa - entre turismo e educação patrimonial”, conclui.
Fonte:http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=147
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Museu de Pré-história realiza atividades de educação patrimonial e ambiental
Com um ano de existência, o Museu de Pré-História - Casa Dom Aquino realizou durante o ano de 2007 o projeto Conhecer para Preservar, em que estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior de mais de 20 instituições públicas e privadas participaram de atividades ligadas à educação patrimonial e ambiental. Em setembro, a Primavera dos Museus, promovida pelo Departamento de Museus, do Ministério da Cultura (Demu-MinC), foi o evento catalisador do repasse de conhecimentos na instituição e por meio de oficinas colaborou para a conscientização quanto à importância dos bens histórico-culturais. “Conhecer para Preservar” é o nome de um projeto piloto de práticas de educação patrimonial com ênfase na valorização dos bens culturais e na preservação ambiental. A Casa Dom Aquino trabalha com agendamento de visitas e para as turmas agendadas é aplicado um roteiro de ações que engloba palestra, vídeo educativo e visita guiada. Neste ano, cerca de 2.500 visitantes, em sua maioria estudantes, puderam entrar em contato com o acervo de arqueologia e paleontologia do Estado constituído a partir das pesquisas realizadas pelo Instituto de Ecossistemas e Populações Tradicionais (Eccoss). O acervo do museu também tem sido objeto de pesquisas acadêmicas principalmente para cursandos de Geologia.
PARCERIAS
O Eccoss mantêm convênio com a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) há mais de 10 anos e, inicialmente, a Casa Dom Aquino era um campo de pesquisas arqueológicas da ONG. O material exposto e em reserva técnica em grande parte é fruto de pesquisas realizadas pelo instituto. Através de pesquisas do Instituto de Populações Tradicionais (ECOSS) e da Fundação de Amparo a Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), foram localizadas ruínas de um Engenho do final do sec.XVIII, que constitui importante sítio arqueológico, nas proximidades do Complexo de Cachoeiras da Martinha tombado pela SEC no inicio deste ano.
PRIMAVERA DOS MUSEUS
Segundo estimativa da Coordenação de Patrimônio da SEC, existem 34 museus mapeados em Mato Grosso, dado que foi enviado para Júlio Rocha Museu de Pré-História abriga acervos arqueológicos e já recebeu mais de 2,5 mil visitantes o Sistema Brasileiro de Museus. Além da Casa Dom Aquino, um museu em Rosário Oeste e outro em Cáceres participaram da primeira
“Primavera dos Museus” que trabalhou o tema Meio Ambiente: Museu, história e vida.Este foi o primeiro ano que o Demu – MinC coordenou esta ação envolvendo instituições museológicas de todo o país. Nos dias 22 e 23 de setembro, foram ministradas oficinas de cerâmica arqueológica, papel reciclado e técnicas de manejo da orquídea. Na oficina de cerâmica arqueológica o foco foi a reconstituição de vasilhames arqueológicos através de análises de fragmentos cerâmicos provenientes do sítio arqueológico Culuene I, situado nas cabeceiras do Xingu. O curso foi ministrado por ceramistas da cidade de General Carneiro, próximo de Barra do Graças. As técnicas de reciclagem de papel e confecção de cestas, mural e outros objetos foram ensinados pela equipe de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Várzea Grande, que fará a doação do material. E as orientações a cerca do cultivo de orquídeas foram dadas por Silvana Hirooka. Os participantes da Primavera dos Museus compartilharam ainda de um bate-papo sobre “Meio Ambiente: Museu, Memória e Vida”, com a coordenadora de Patrimônio Histórico da Secretaria de Estado de Cultura, Maria Antúlia Leventi. Assistiram um documentário sobre aquecimento global, conheceram as peças expostas no museu e visitaram as margens do rio Cuiabá para verem de perto as conseqüências da poluição dos recursos hídricos.
Autor: Raquel Ferreira
Análise da reportagem:
Um museo de pré hitória com apenas 1 ano de existência já fez e publicou projeto para educar alunos de ensino médio e superior. É de muito apreço valorizar um projeto a este nível pelo que nós vemos em nossa outras cidades históricas e Belo Horizonte. Temos uma riqueza de história e patrimônios principalmente dentro da Avenida do Contorno e alguns patrimônios utilizamos para outros fins. Precisamos de incentivo e parcerias que façam com que nossos jovens adquiram conhecimento suficiente para lembrar o quanto é importante os bens históricos de nossa cidade e outras do Brasil. Podemos fazer isso acontecer junto aos órgãos competentes para educar ou reeducar nossa população.
Fonte: http://www.gazetadigital.com.br/digital.php?codigo=58211&GED=5867&GEDDATA=2007-11-19&UGID=0fa2bec87e0fd890d2898e3d58747d86
PARCERIAS
O Eccoss mantêm convênio com a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) há mais de 10 anos e, inicialmente, a Casa Dom Aquino era um campo de pesquisas arqueológicas da ONG. O material exposto e em reserva técnica em grande parte é fruto de pesquisas realizadas pelo instituto. Através de pesquisas do Instituto de Populações Tradicionais (ECOSS) e da Fundação de Amparo a Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), foram localizadas ruínas de um Engenho do final do sec.XVIII, que constitui importante sítio arqueológico, nas proximidades do Complexo de Cachoeiras da Martinha tombado pela SEC no inicio deste ano.
PRIMAVERA DOS MUSEUS
Segundo estimativa da Coordenação de Patrimônio da SEC, existem 34 museus mapeados em Mato Grosso, dado que foi enviado para Júlio Rocha Museu de Pré-História abriga acervos arqueológicos e já recebeu mais de 2,5 mil visitantes o Sistema Brasileiro de Museus. Além da Casa Dom Aquino, um museu em Rosário Oeste e outro em Cáceres participaram da primeira
“Primavera dos Museus” que trabalhou o tema Meio Ambiente: Museu, história e vida.Este foi o primeiro ano que o Demu – MinC coordenou esta ação envolvendo instituições museológicas de todo o país. Nos dias 22 e 23 de setembro, foram ministradas oficinas de cerâmica arqueológica, papel reciclado e técnicas de manejo da orquídea. Na oficina de cerâmica arqueológica o foco foi a reconstituição de vasilhames arqueológicos através de análises de fragmentos cerâmicos provenientes do sítio arqueológico Culuene I, situado nas cabeceiras do Xingu. O curso foi ministrado por ceramistas da cidade de General Carneiro, próximo de Barra do Graças. As técnicas de reciclagem de papel e confecção de cestas, mural e outros objetos foram ensinados pela equipe de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Várzea Grande, que fará a doação do material. E as orientações a cerca do cultivo de orquídeas foram dadas por Silvana Hirooka. Os participantes da Primavera dos Museus compartilharam ainda de um bate-papo sobre “Meio Ambiente: Museu, Memória e Vida”, com a coordenadora de Patrimônio Histórico da Secretaria de Estado de Cultura, Maria Antúlia Leventi. Assistiram um documentário sobre aquecimento global, conheceram as peças expostas no museu e visitaram as margens do rio Cuiabá para verem de perto as conseqüências da poluição dos recursos hídricos.
Autor: Raquel Ferreira
Análise da reportagem:
Um museo de pré hitória com apenas 1 ano de existência já fez e publicou projeto para educar alunos de ensino médio e superior. É de muito apreço valorizar um projeto a este nível pelo que nós vemos em nossa outras cidades históricas e Belo Horizonte. Temos uma riqueza de história e patrimônios principalmente dentro da Avenida do Contorno e alguns patrimônios utilizamos para outros fins. Precisamos de incentivo e parcerias que façam com que nossos jovens adquiram conhecimento suficiente para lembrar o quanto é importante os bens históricos de nossa cidade e outras do Brasil. Podemos fazer isso acontecer junto aos órgãos competentes para educar ou reeducar nossa população.
Fonte: http://www.gazetadigital.com.br/digital.php?codigo=58211&GED=5867&GEDDATA=2007-11-19&UGID=0fa2bec87e0fd890d2898e3d58747d86
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